O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) acusa a Renault de demitir cerca de 100 trabalhadores da fábrica de São José dos Pinhais (PR) nesta semana, o que descumpriria o acordo fechado em 11 de agosto, quando foi encerrada uma greve de 21 dias e a empresa aceitou abrir um plano de demissões voluntárias (PDV), garantir estabilidade e reintegrar 747 funcionários que haviam sido desligados em julho. A entidade convocou assembleia na porta da planta e ameaça entrar na Justiça para cancelar as demissões. A Renault, no entanto, afirma que quem descumpriu o acordo foram os agora demitidos, que haviam sido reintegrados mas não devolveram as verbas rescisórias que já haviam recebido.
“Afirmamos que a Renault do Brasil não descumpriu o acordo firmado com o sindicato. Com o fim da greve, houve a reintegração dos colaboradores desligados anteriormente. Ficou acertado, então, que aqueles que não quisessem aderir ao PDV deveriam devolver à empresa as verbas rescisórias que já haviam sido pagas até 30 de setembro. Conforme previsto, aqueles que não devolveram o valor devido até a data acordada tiveram seus contratos cancelados”, informou em nota a empresa.
Na assembleia realizada na tarde da terça-feira, 6, o sindicato não levou em consideração os argumentos da Renault e apresentou a proposta, aprovada pelos metalúrgicos, de notificar a empresa e a Justiça para reivindicar que o acordo assinado seja cumprido.
“Numa atitude arbitrária, a Renault descumpriu o acordo que ela mesmo assinou e demitiu vários trabalhadores. Ela não levou em conta que no acordo estabelecido, nós fizemos várias concessões e aceitamos até algumas flexibilizações, tudo com a intenção de que a empresa mantivesse todos os empregos. A empresa aceitou e agora não cumpre. Na assembleia de hoje deixamos claro: ou a empresa cumpre o que acordou ou voltamos à estaca zero com os trabalhadores se mobilizando para defender seus empregos. Ela decide”, ameaçou o presidente do SMC, Sérgio Butka.
No acordo assinado entre as partes em 11 de agosto, ficou estipulado a manutenção dos empregos na fábrica com a criação de um layoff (suspenção do contrato de trabalho com garantia de 85% do salário) e um PDV; também foi aprovado um acordo salarial e de participação nos resultados (PLR) até 2023.
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