O novo Audi TT: pura provocação
Marketing
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15/05/2015
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19h00
Novo Audi TT vale pelo “bullying” ao freguês
Com cupê esportivo, marca provoca clientes para ampliar suas vendas
PEDRO KUTNEY, AB | Do Rio de Janeiro (RJ)
“Isso não é carro, é bullying com o seu vizinho.” Com o jocoso slogan e investimento milionário em campanha que envolve TV aberta e paga, meios digitais e uma dúzia de revistas de grande circulação, a Audi espera vender este ano no Brasil apenas cerca de 500 unidades do icônico TT. Mais do que isso, também calcula que a provocação faça o tal vizinho comparecer a uma das 40 concessionárias da marca no País – que serão 50 até o fim deste ano.
O vizinho, provavelmente um homem entre 30 e 50 anos de idade, segundo pesquisas da Audi, é o alvo preferencial porque mora necessariamente no bairro de poder aquisitivo superior ao da maioria das pessoas que costuma torcer o pescoço para ver o TT passar. Em sua terceira e sensivelmente melhorada geração, o pequeno e endiabrado cupê 2+2 da Audi chega por aqui em duas versões e preços de R$ 209.990 ou R$ 229.990. Por isso, parece muito barulho publicitário por um carro aspiracional de baixos volumes, um esportivo que leva apenas duas pessoas e serve quase que somente à diversão, que em boa parte dos casos deverá ser o segundo automóvel na garagem de ricos e novos ricos. Mas não se trata só de ganhar bastante em cada unidade vendida para justificar tamanhos gastos em publicidade. O caso é que o TT é um ícone e vale também pela propaganda que ele faz da sua própria marca.
“O TT representa a imagem da inovação e terá papel importante em nosso crescimento no Brasil, com a oferta do portfólio completo da marca”, afirma Jörg Hofmann, presidente da Audi do Brasil. O diretor de marketing Herlander Zola explica a estratégia: “Temos convicção que a exposição do TT estimula o desejo pela marca”, diz. “Miro em um modelo e posso até vender outro”, completa.
Dessa forma, o TT como “bullyng” é mais um dos instrumentos à mão para atingir o objetivo de vender 30 mil unidades/ano no Brasil até 2020, quando a marca já terá também dois carros nacionais feitos em São José dos Pinhais (PR), na linha de montagem em associação com a Volkswagen. Com R$ 500 milhões de investimento, o A3 Sedan começa a ser produzido em setembro próximo e o Q3 entra na fábrica no segundo semestre de 2016.
Até agora está dando certo a estratégia de oferecer um amplo portfólio de mais de 40 modelos e versões e expandir a rede, que de apenas 23 concessionárias em 2012 já dobra de número este ano, com plano de chegar a 70 lojas em 2017. Em 2014 a Audi quase dobrou suas vendas (+90%) no País para pouco mais de 12 mil unidades emplacadas, em comparação com o mercado premium que cresceu 16% e o geral que caiu 9%; e de janeiro a abril o desempenho voltou a avançar impressionantes 35%, contra 11% do conjunto dos modelos premium, fazendo da Audi líder do segmento no primeiro quadrimestre com pouco mais de 5 mil automóveis vendidos e expectativa não declarada de chegar perto dos 15 mil até fim de 2015. “Apesar do cenário negativo, estamos indo muito bem”, comemora Hofmann.
“Ainda não sabemos o que vai acontecer no resto do ano, mas esperamos por novo crescimento das nossas vendas”, afirma Zola. Ao que tudo indica, o “bullyng” da Audi está funcionando, especialmente sobre os concorrentes.
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