O ano começou turbulento na região do ABC Paulista: duas montadoras, Volkswagen e Mercedes-Benz, seguem a quarta-feira, 7, com suas fábricas paradas após o anúncio de demissão de 1.044 trabalhadores. No caso da VW, com assembleias realizadas nos três turnos, 8 mil funcionários mantêm os braços cruzados na unidade Anchieta - responsável pela produção de Gol e Saveiro - desde terça-feira, quando todos os trabalhadores retornariam das férias coletivas. O sindicato dos metalúrgicos da região decidiu entrar em greve por tempo indeterminado em protesto contra a demissão de 800 trabalhadores.
A demissão foi comunicada pela montadora por meio de telegrama. Informações obtidas por Automotive Business confirmam que alguns funcionários já receberam cartas em dezembro, dias antes do Natal.
Por meio de sua assessoria, o sindicato informa que os 6 mil trabalhadores do primeiro e segundo turnos permaneceram na unidade, mas sem trabalhar. Já os 2 mil funcionários do terceiro turno têm a opção de ficar em casa e comparecer na empresa nos demais turnos. Ainda de acordo com o sindicato, até o início da tarde de quarta-feira, não houve contato por parte da montadora para chegar a um acordo sobre a paralisação. Na unidade Anchieta trabalham cerca de 13 mil pessoas, entre profissionais da produção e demais departamentos, como administrativo.
Já no caso da Mercedes-Benz o sindicato afirma que dos 750 funcionários mantidos sobre o regime de layoff (suspensão temporária do contrato de trabalho), 244 não tiveram o contrato renovado. Em assembleia realizada na quarta-feira durante os dois turnos, os funcionários decidiram entrar em greve por 24 horas em protesto às demissões. Por sua vez, a montadora afirma em comunicado que são 160 os demitidos e acrescenta que prorrogará até 30 de abril deste ano o layoff de 750 trabalhadores de São Bernardo do Campo e de 170 da unidade de Juiz de Fora (MG), desta vez com 100% dos custos assumidos pela própria empresa, pois o layoff legal, com parte dos salários pagos pelo governo, tem validade máxima de cinco meses.
A nota informa também que cerca de 100 trabalhadores aderiram ao programa de demissão voluntária (PDV) no período de 14 de novembro a 5 de dezembro de 2014 na planta de São Bernardo do Campo.
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PEDRO KUTNEY, AB