Para Letícia, indústria terá 4 grandes caminhos: eletrificação, conectividade, mobilidade e autonomia
Indústria
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10/09/2018
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19h43
Profissionais serão artigo escasso para montadoras
Faltarão engenheiros e pessoas especializadas numa nova indústria que surge
MÁRIO CURCIO, AB
Encontrar profissionais será um grande desafio para as montadoras nesta nova era que se aproxima. A conclusão é da consultora e sócia-diretora da Prada Assessoria, Letícia Costa, que encerrou as apresentações do 6º Fórum IQA da Qualidade Automotiva, realizado em 10 de setembro em São Paulo.
“Estudos indicam que o setor tem atualmente cerca de 70 mil engenheiros e deverá empregar 110 mil em 2020. Há uma demanda crescente por profissionais com conhecimento em inteligência artificial, robótica, soluções cognitivas e machine learning”, recorda Letícia.
“O emprego na indústria no mundo deverá atingir 14,3 milhões em 2022, com novas habilidades em 60% a 65% das posições”, afirma a sócia-diretora da Prada Assessoria. Letícia prevê que a indústria automobilística passará por uma grande ruptura decorrente de quatro tendências: eletrificação, conectividade, mobilidade e disseminação dos autônomos.
A perspectiva de novas formas e usos do automóvel num futuro breve já gerou grande número de aquisições e anúncios de cooperação entre montadoras tradicionais e startups ou empresas de inovação.
“Há muitos movimentos porque o futuro não está claro ainda e não se sabe quem será o ‘dono do cliente’, ou seja, quem irá captar o maior valor. Essa discussão tem um impacto muito significativo sobre como o mercado irá evoluir”, afirma Letícia Costa.
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Por causa dessa ruptura nos modelos de negócio tradicionais, já se prevê que empresas de tecnologia como Google, Apple e seus produtos dividirão espaço com fornecedores tradicionais de autopeças tais como Bosch e Valeo, por exemplo.
Durante o fórum do IQA, Letícia voltou a criticar a abrangência do Rota 2030. “É um programa de subsídios, que não alinha a indústria numa direção”, diz. Para a consultora, o programa tem escopo restrito porque o incentivo para veículos elétricos é bastante limitado e também porque os valores exigidos em pesquisa e desenvolvimento estão bem abaixo da média global, por volta de 4% para montadoras e grandes fornecedores.
“Ele (o Rota 2030) também não impacta estruturalmente a competitividade da indústria e não reflete sua necessidade de inserção global”, diz, citando a grande dependência da Argentina, principal mercado de exportação de veículos e autopeças produzidos no Brasil.
Tags: Fórum, IQA, Letícia Costa, machine learning, robótica.